domingo, 3 de janeiro de 2010

Ano Novo!




Fim de ano! Confesso que não sou muito fã do Natal, sempre fico muito deprê, não sei explicar exatamente o porque, só sinto uma tristeza profunda, e isso desde criança. Em compensação adoro o réveillon. Pode parecer bobo e sem sentido pra alguns, mas pra mim a virada do ano é um marco, um momento para parar, pensar, agradecer, comemorar e planejar o ano seguinte.

Fui acostumada a comemorar bem a virada do ano, mas por uma série de impedimentos meu último réveillon inesquecível aconteceu há quatro anos, quando 2006 deu lugar a 2007, entre algumas amigas, e principalmente ao lado da minha melhor amiga. Bebi, dancei, sorri, paguei mico, provoquei, “me senti”, enfim, foi um réveillon inesquecível. Já de 2007 pra 2008, que tinha tudo para ser muito bom não foi. Por muito tempo culpei uma única pessoa por isso, hoje eu percebo que eu poderia ter feito mais, não no sentido de mudar a situação, mas de ter aproveitado o que eu tinha. A virada de 2008 pra 2009 passei de porre, dentro de um carro, procurando alguma festa legal numa cidade vizinha, mas cheguei lá tãaaao ruim que queria ficar dormindo dentro do automóvel. Dizem que se passamos a virada fazendo alguma coisa significa que repetiremos bastante aquilo durante o ano. No dia seguinte eu pensei que passaria o ano viajando; ILUSÃO.

Esse réveillon tinha tudo pra ser ruim. Minha mãe estava em Recife, [onde eu também queria estar], meu pai ia passar com a atual família, com a qual não me sinto a pessoa mais feliz do mundo, meu namorado estava na casa dos pais, a uns 300 quilômetros de distância, e TODOS os meus amigos estavam viajando, com exceção de duas que não podia sair porque tinha plantão no dia seguinte e outra que ia passar com o noivo [nada a ver segurar vela em pleno “revis”, né?]. Pra completar eu passei o mês de dezembro completamente envolta e desesperada com a minha monografia, e havia jurado sair de casa apenas quando terminasse.

Pois bem, terminei os meus últimos afazeres acadêmicos praticamente no dia 30 de dezembro, e fiquei muito perdida. E agora? Onde e com quem eu ia passar a virada de ano?

Fui e voltei inúmeras vezes. Rodei a minha agenda telefônica de cima a baixo. Chorei. Briguei. Me desesperei. E no último momento me decidi. Eu podia não sair de casa, podia não ver ninguém, podia continuar sozinha, mas eu ia comemorar, afinal apenas o fato de estar viva já merecia uma festa!

Tomei um banho bem gostoso, arrumei os meus cabelos como se eu fosse pra um lugar bem chique, vesti uma blusa que eu havia comprado na manhã do dia 31, quando fui ao shopping comprar um chinelo já que o meu havia morrido. Não era uma blusa branca, ou vermelha, ou amarela. Não pedia paz, ou amor ou dinheiro. Era uma simples regata azul com bolinhas pretas e uma estampa do Snoopy bem grande na frente. Simples, básica e linda. A minha cara. Me maquiei, me perfumei, coloquei um jeans que eu gosto e uma sandalinha delicada de saltinho. Tudo isso ouvindo o show da virada da Globo, uma das coisas que acho mais deprimente na vida. Mas eu estava tão bem comigo mesma, apesar de tudo, que mesmo sem saber o que eu ia fazer eu estava disposta a tentar.

Começou a chover. Ótimo. Sentei na cama e fiquei olhando pra TV. Será mesmo que eu devo sair? Não. Nada ia me impedir. Peguei a chave do carro e saí sem olhar pra trás, quase correndo com medo de algum bandido estar escondido no prédio, que estava praticamente vazio. Dirigi até a casa dos meus avós, decidida a virar o ano com eles e com o meu irmão que estava lá, antes de procurar algum lugar na rua.

Mas quando cheguei lá, me senti tão bem, tão aconchegada, que não quis mais sair. Tomei uns goles de vinho, comi um churrasco que estava sendo preparado, sorri, conversei, posei para fotos, e foi tão tranqüilo e feliz que eu fui pra casa com uma importante lição:

Não é o fato de estar numa festa badalada que vai influenciar o meu Ano Novo. Nem a roupa nova tradicional, ou o fato de estar sozinha ou rodeada de pessoas. E sim como eu encaro essa mudança, e todas as outras que irão acontecer, é como eu me mantenho equilibrada ou não diante de situações aparentemente sem saída.

Tudo que estou escrevendo aqui pode até parecer sem sentido pra quem lê. Ou bobo. Sei lá. Mas pra mim tem todo o sentido do mundo. Afinal, é a minha vida.
Estou bem e feliz. Satisfeita com as dádivas que me foram concedidas e lidando da melhor forma que eu posso com as dificuldades.
Feliz ano Novo pra mim! Feliz ano novo pra vocês! Que 2010 traga ainda mais serenidade pras nossas vidas!


Bem vindo ano novo!


[Na foto: meu irmão gordinho, meu presente de 2009!]

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