sábado, 29 de agosto de 2009

Drew Fuller - Filme "O Presente"

Tá... eu confesso! A proposta inicial era de vir aqui e falar sobre o filme MARA que eu vi hoje: O Presente (titulo inglês: The ultimate Gift), mas eu não posso evitar: gente, tenho que falar antes do ator, por que ele é muito gato! E eu tenho que colocar umas fotinhos dele antes de falar sobre o filme:










Tá, agora falando sério: o filme é muito bom! E olha que eu tenho visto muito filme, mas fazia tempo que eu não via um filme que eu achasse realmente bom.


Sinopse:
"Este filme conta a história de um jovem que tem uma relação difícil com seu avô. Ele tem um estilo de vida caro e vai herdar a fortuna da família quando seu avô morrer. Quando isso finalmente acontece, para colocar a mão no dinheiro, ele precisa cumprir algumas tarefas que o falecido deixou. Nessas tarefas, o herdeiro terá que aprender algumas coisas importantes e perceber que alguns valores irão seguir com ele para sempre, ensinando-o a valorizar coisas que antes não dava importância."
Capa do filme em português:
Tá, eu concordo que a atriz mirim Abigail Bresil é maravilhosa, que ela rouba o filme e tal, que sua personagem é emocionante e fofa, mas precisavam colocar o gatinho tão escondido lá no fundo???
E é por isso que eu prefiro essa versão de capa do filme:


Eu realmente amei o fime, dou nota 9,5 para ele.
Porém minha nota é empirica e não tem nenhum embasamento cientifico...
Vi com o meu marido e ele disse: "gostei mais ou menos, parece filme sessão da tarde." Mas eu não concordo com ele: por que realmente amei!
A história é linda e envolvente, e o ator... hmmm.... acho que ninguém pode negar que ele é um colírio para os olhos. - :D

Ah... e como não poderia faltar: ficha técnica do ator:
Andrew Alan Fuller, mais conhecido por Drew Fuller, (Los Angeles, 19 de maio de 1980) é um ator e um ex-modelo dos Estados Unidos da América. Tem 1,85m de altura. Participou na série Charmed durante uma temporada fazendo o papel de Chris Perry Halliwell.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

24 motivos para meninas irem a uma balada gay


Eu não sei vocês, mas eu tenho váaaarios amigos homens. Alguns gays, outros não, mas o fato é que adoro cada um deles. Esse lance de não existir amizade entre mulher e homem pra mim é mito, sempre foi. Eu tive um melhor amigo homem, e só deixei de ter porque ele viajou e não voltou mais. Se bem que isso não é empecilho, sei que ele cuida de mim de onde ele está agora.


O fato é que achei esse textinho num blog e trouxe pra compartilhar com vocês. Concordo com cada linha dele, por experiência própria! O texto original estará em Preto e os meus comentários em Lilás!


"-Em primeiríssimo lugar: são as melhores pra dançar. Tanto pela música quanto pela animação da pista. (Suuuuper vero! Toca de tuuuuudo! E já viu alguém mais animado do que gay??)


-Você nunca vai precisar pagar o mico de inaugurar a pista. Festas gays já estão sempre bombando ainda que você chegue cedo. Eles começaram a festejar há mil anos e nunca mais pararam e nem vão. (Precisa dizer mais? Por isso que eu acho que tem que ser muuuito homem pra se assumir gay!)


-Festas gays também nunca acabam, apesar de acabarem sempre em algum lugar ainda mais maluco.


-Só os gays entendem que dançar como uma devassa louca é super divertido e não quer dizer que você está a fim de sexo (muito menos de ser tratada como uma devassa louca). (E eles adooooram quando a gente dá uma de devassa louca e nos jogamos na pista!)


-Por mais ridículo, insano ou indecente que seja qualquer ato que você cometer, terá sempre alguém fazendo algo pior.


-Se você estiver linda vai causar inveja ao invés de desejo. No fundo, é o que toda mulher prefere. =]


-Você não precisa ficar na dúvida se o cara é gay. Ele é. (Porque hoje em dia as coisas são tãaaao mais difíceis!)

-Se um cara falar que é macho, acredite. Precisa ser macho para ir a uma balada gay. (Eu ainda não encontrei nenhum macho solteiro em balada gay, quando eu vejo eles estão com a namorada, mas deve existir sim...)


-Homem idiota briga pra mostrar que é homem (e idiota). Como ali ninguém quer mostrar nada e só se divertir, dificilmente sai porrada. (No máximo uns tapinhas na cara interrompidos quando toca Madonna ou Justin).


-Caminhar um metro sem ter cabelos puxados, ombros cutucados e cintura beliscada é o sonho de qualquer mulher bacana (se você fica contente quando mexem com você na obra você não é bacana e, pior, precisa urgente de um nutricionista). (Cara, isso é tuuuudo de bom! Não sei vocês, mas já passei por isso várias vezes e é altamente chato!)


-As “acéfalas-nasaladas-alisadas-caçadoras-de-namoradinhos-ricos-que-fazem-o-símbolo-de-paz-e-amor-de-ladinho-para-fotos-de-blogs-de-balada-playba” só vão nesses lugares quando estão super deprimidas e costumam vomitar em suas botas de camurça e franginha (e sola vermelha) inviabilizando as mesmas (e você, uma mulher bacana, injustamente mal tratada no colégio por não ser exatamente linda, pode se vingar delas). (Não preciso dizer mais nada!)


-Às vezes, por alguma razão obscura da psique feminina, a sensação de dançar “encoxada” por doze amigos sarados, bem vestidos, cheirosos e felizes, melhora muito a auto-estima, ainda que na cama você termine sempre cercada unicamente por farelos do pacote de Amanditas. (Sem comentários.)


-Estar num ambiente cheio de homens lindos que não te desejam e A CULPA NÃO SER SUA é libertador. (ALELUIAAAAAAAA!)


-Ao invés de sair da balada certa (mais uma vez) de que o pai dos seus filhos definitivamente não está numa balada, você já chega à balada com essa certeza. Poupa um tempo precioso. (Se você é como eu e se deprime com baladas hetero essa definitivamente É a causa!)


-É badala pra exorcizar ao invés de ficar pagando de gata. E pagar de gata (empina bunda, chupa a barriga, arrebita os peitos, equilibra no salto, faz cara de mistério…) dá gases. ( E cansa que é uma beleza.)


-Quando você não quer agradar os homens, acaba agradando. Os poucos e valentes (e descolados!) machos da casa certamente vão reparar positivamente em você. (Vale a pena ou não?)


-Toca Friendly Fires, Beck, Amy Winehouse, Basement Jaxx, Daft Punk, Hot Chip, Justice, LCD SOUNDSYSTEM e o melhor do rock indie do momento numa versão “remix feliz, não se mate ainda”.


-Seu ex namorado não vai estar lá, o que significa que você não vai voltar pra casa querendo morrer (ou com ele, o que é pior). E se ele estiver lá, baby, tá tudo explicado. (Por isso é bom ir de vez em quando também pra sondar se aquela coca-cola é fanta!)

-Se todo mundo dançar “moooito” e começar a suar, bicha não fede. No máximo “cheira” almiscarado. (Discordo. Suor é suor até no Brad Pitt.)


-As poposudinhas de calças apertadas estão seguras: ninguém vai passar a mão na bunda delas. (ou vão, mas é pra descobrir se a etiqueta da Diesel é falsa, ou seja, é pro bem). (Kkkkkkkkkkk)


-Não tem essa coisa machista tosca de “mulher até meia noite paga menos”. Você está lá como um deles, ou vice-versa (fiquei confusa agora).

-Gastar uma fortuna em roupas, sapatos, brincos, maquiagem e cabeleireiro finalmente poderá ser valorizado. (já a calcinha você pode botar aquela de algodão com o elástico esgarçado mesmo, bem mais confortável pra se acabar de dançar). (Gente, sair de calcinha de elástico esgarçado nem pra comprar leite na esquina! Vai que você é atropelada por uma bicicleta e o povo do SAMU precisa cortar tuas roupas e dá de cara com aquela calcinha HORROROSA e furada? Jaméeee!)


-Se um cara pedir seu telefone, ele com certeza vai ligar no dia seguinte. Gay adora manter contato (ainda mais se o seu primo tiver ido junto com você). (Cuidado pra não virar grude, tem gay que acha que amizade de infância se encontra em balada!)

-Se você encalhar na balada, tudo bem: todas as mulheres a sua volta encalharam também!

(Tati Bernardi)


Ah, mas uma coisa, cuidado com as expressões gays. Bastam duas baladas pra você sair cheia de manias espalhafatosas! No mais, apenas divirtam-se e liberem a Louca-Varrida que existe dentro de vocês!

Xêrão!

=*

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Pausa nas postagens

Eu não sumi, eu estou aqui. O problema é que eu estou usando o meu pouco tempo livre para outras duas coisas: escrever e tantar emagrecer. Por isso ando meio ausente para blog, MSN, orkut e afins.
***
Gente, eu voltei a escrever! Que maravilha! Eu achei que tinha perdido a vontade e o jeito, sei lá, mas agora eu ando bem empolgada. E algo inédito aconteceu comigo: eu estou apaixonada pelos meus dois personagens concorrentes! Se eu não soubesse o que vai acontecer, começaria a me preocupar para valer. Pq, convenhamos: como ela poderia escolher??? Se eu fosse a mocinha, também iria querer ficar com os dois. E pq nao criar uma espécie de "Dona Érica e seus dois maridos"?- :D
***
Ai, ai, ai... Apaixonada por dois homens da minha imaginação... ao mesmo tempo...
***
hahahahaha - Escrever é ótimo! A gente realmente sai da rotina!

domingo, 23 de agosto de 2009

Sense and Sensibility


Mais um livro da Divina Jane Austen.

Terminei de lê-lo hoje, e claro, vim comentar aqui pra vocês. O começo é meio chatinho, mas depois vai empolgando. Conta a história das irmãs Dashwood mais velhas, após a morte do pai das moças, que de acordo com as leis da época é obrigado a deixar a propriedade para o filho mais velho, fruto do primeiro casamento. Qualquer semelhança com a própria autora - que não tinha um dote lá essas coisas - não é mera coincidência.

O livro é muito bom, embora eu ache que a J.A estava de TPM e por consequência altamente emotiva quando escreveu o final, visto que ela parece usar uma lente cor de rosa e enxergar o melhor de todo mundo, ou então está apenas dando uma de Jane Bennet, a irmã sem sal da Elizabeth Bennet de "Orgulho e Preconceito".

Elinor, a filha mais velha, é uma das minhas personagens preferidas de Austen. É racional sem ser fria. Coerente com seus sentimentos e atitudes sem parecer grossa e rígida. Dotada de emoção e sensibilidade, mas concentrada e equilibrada, o que pra mim, a torna perfeita.

Marianne me irrita praticamente por todo o livro, e só se regenera nas últimas páginas. Sempre acha que é superior a todos, a mais culta, a que entende mais de música e poesia e a que se entrega com paixão as suas alegrias e sentimentos.

Antes de ler o livro eu já tinha visto a série da BBC e o filme dirigido pelo Ang Lee, os dois baseados na série, e nas duas obras eu também não fui com a cara da talzinha. Mas hoje eu resolvi refletir e tentar entender o motivo de tanto ódio.

De acordo com algumas idéias psicanalíticas o que nos incomoda nos outros geralmente é o que nos incomoda em nós mesmos, e enxergamos isso em outra pessoa através de um processo de projeção. E se eu lembrar um pouco de mim alguns anos atrás eu veria exatamente uma Marianne morena. Sei que é horrível dizer isso, mas é a mais pura verdade.

Passional e intensa, gostando sempre das pessoas erradas, e acreditando que o melhor depois de uma decepção era a própria morte. Ui! Me envergonho de mim mesma. Deve ser por isso que gosto tanto da Elinor, ela é tudo que eu venho tentando ser.

Tenho duas partes para destacar:

1. Marianne falando a Elinor:

"Minha querida Elinor, não deixe a sua bondade defender o que sei que seu julgamento deve censurar. Minha doença me fez refletir. [...] Examinei o passado: vi em meu próprio comportamento, desde o começo do nosso relacionamento com ele no outono passado, nada mais que uma série de imprudências contra mim mesma e falta de bondade nos outros. Vi que meus próprios sentimentos prepararam os meus sofrimentos e que a minha falta de firmeza com eles quase me levaram ao túmulo."

2. Descrição de Edward Ferrars após o noivado com Elinor:

"Só é preciso dizer isto: que quando todos se sentaram à mesa, às quatro horas, cerca de três horas depois de sua chegada, ele conquistara a noiva, conseguira o consentimento da mãe, e era não só nas extasiadas palavras do homem apaixonado, mas na realidade de razão e verdade, um dos homens mais felizes do mundo. Sua alegria de fato era extrodinária. Tinha mais que o triunfo corriqueiro do amor correspondido para envaidecer seu coração e elevar seu moral. Libertou-se, sem nenhuma censura contra si mesmo, de complicações que há muito o vinham tornando infeliz, de uma mulher que há muito deixara de amar; e elevara-se imediatamente àquela segurança com outra mulher que deve ter considerado com desespero, assim que aprendeu a considerá-la com desejo. Foi levado, não da dúvida ou da incerteza, mas da desgraça à felicidade; e a mudança era narrada abertamente, com uma alegria tão genuína, tão delicada e tão grata, que seus amigos nunca haviam visto nele antes.

Seu coração estava agora aberto para Elinor, todas as suas fraquezas, todos os seus erros tinham sido confessados e seu primeiro amor infantil por Lucy haviam sido tratados com toda a dignidade filosófica dos vinte e quatro anos."

O filme é de 1995 e conta com grande elenco. Destaque para o meu amado Alan Rickman, que interpreta o coronel Brandon divinamente bem. Hugh Grant na minha opinião faz um Edward perfeito. Kate Winslet e Emma Thompson interpretam Marianne e Elinor Dashwood respectivamente.

A série possui três episódios se não me engano, e o ator que faz o Edward - Dan Stevens - é um pão. O intérprete do coronel David Morrissey não fica atrás, ele também estrelou "A Outra" (2008) e Fora de Rumo, um filme com o Clive Owen que eu amo!


As três obras são indicadas. O livro, o filme e a série, mas o meu preferido é a série. Sorry Alan Rickman, mas a produção da BBC caprichou.




sábado, 22 de agosto de 2009

Eu tenho Peito!

Ninguém está satisfeito com o próprio corpo, mesmo que ele aparente perfeição para os outros. -Pelo menos é o que eu percebo. Mas eu nunca tive muitos problemas em relação a isso, não que eu ache meu corpo perfeito, longe disso, mas eu não vejo a necessidade de ter a barriga tanquinho, a bunda de uma rainha de bateria de escola de samba, as coxas de quem malha todos os dias, e por aí vai...


Só uma coisa em relação ao meu corpo me incomoda: meus seios.


Eles surgiram sem ser convidados quando eu tinha apenas nove anos. O que foi meio traumático. Enquanto todo mundo brincava a vontade eu tinha a preocupação de esconder aquelas coisas estranhas e redondas desabrochando no meu corpo de tábua de passar roupa. Resultado: Uma postura feia e curvada.


Aos dez eu percebia os olhares sobre os meus seios na escola. Olhares de inveja e curiosidade da maioria das meninas. E eu não conseguia me sentir orgulhosa ou vaidosa. Na família também era estranho, eu tinha vergonha e não sabia como agir. Mas os brotinhos de seios começaram a aparecer nas minhas amigas e tudo ficou mais fácil. Essa foi uma das piores fases, mas passou.


O meu corpo foi acompanhando o desenvolvimento dos seios, fui criando curvas, e até um bumbum começou a existir! Depois de um tempo eu tinha o famoso formato violão, na verdade eu mais parecia um pilão: larga em cima (por causa dos seios), cintura fina, quadris levemente proeminentes e um afunilamento nas coxas. Parece esquisito falar assim, mas meu corpo era bem bonito mesmo, de chamar muita atenção. Eu era uma lapa de morena! Como a mamis costumava dizer. (Na verdade ela ainda diz, eu que não acredito mais).


Só que as coisas não permaneceram assim. Pouco a pouco meus seios continuaram aumentando, sem que eu fizesse esforço nenhum pra isso. Facilmente cheguei ao sutiã nº44. Tudo bem, eu estava tranquila. Eram bonitos, não eram caídos, e ainda por cima chamam a atenção. Só que logo os sutiãs estavam novamente apertados e eu precisei comprar novas peças. Maiores.


Passei para o 46, e meu calvário realmente começou. Num país de loiras e morenas do Tchan, Thuthucas, Funkeiras e Mulatas de carnaval, é de se esperar que as mulheres sigam o esquema peito pequeno (ou normal) e bunda grande. Mas eu era o contrário. Sou o contrário. Bunda normal e peito grande. E por consequencia, é um sacrifício encontrar sutiãs bonitos e grandes.


Não é que não existam lingeries de tamanho 46 ou maior, existem, mas são aqueles modelos de grávida ou estilo vovó, sabe?


Uma vez fui a uma loja e procurei sozinha algum sutiã do meu tamanho, depois de não encontrar pedi à vendedora que me auxiliasse. Ela voltou com aquele modelo de amamentação, que a parte da frente sai pra que a mulher possa oferecer o mamilo para o filho. Olhei para o sutiã e para a minha barriga, (naquela época retíssima) e depois de um seco "Muito obrigada" dei as costas e saí.


Não preciso dizer como me senti, preciso?


E por essas e outras eu passava o máximo de tempo possível com o mesmo sutiã, ou revezava entre dois, até ficarem velhinhos, só aí eu procurava outro, tamanho era o meu constrangimento. Eu acho que isso se deve ao local onde eu moro, só pode. Dificilmente se vê uma mulher peituda aqui em Teresina. Eu, pelo menos, vejo pouco. Me pergunto onde as mulheres que colocam silicone compram sutiã, mas enfim...


Além da chatice da parte das compras eu tenho outros probleminhas:


As alças dos sutiãs dificilmente são proporcionais ao tamanho, logo, elas são finas e eu sinto como se estivessem tentando cortar os meus ombros à força. Quando eu chego em casa e tiro o dito cujo sinto um alivio inexplicável, mas as marcas ficam nos meus ombros, e a dor também.


Hoje eu já encontro sutiãs menos feios de nº 48, que realmente meu peito caiba, sem ficar pedaços de fora e sem que eu precise ficar lutando o tempo todo os empurrando pra dentro da peça. (Sim, cansei de fazer isso!) Mas lingeries bonitas mesmo, com calcinhas combinando, eu não posso usar, não me cabem.

Por isso eu digo: Não fazem sutiãs para mulheres peitudas, fazem sutiãs para mulheres gordas, e é bem diferente. Nenhum preconceito contra as gordinhas, mas isso realmente me deixa zangada. Eu não posso comprar uma lingerie combinando porque as calcinhas que acompanham os meus sutiãs são enormes, e desculpa, mas eu não tenho uma barriga a esconder, nem uma bunda enorme. E nem preciso de um sutiã que parece uma blusa, pra enconder as gordurinhas das costas.


E roupa de banho? É uma tortura medieval. Teve uma época que eu cheguei a desistir. Comprava a lycra e a minha costureira fazia biquíni baseada nas minhas medidas. Era bom, mas todo mundo sabe o quanto é gostoso comprar uma coisa pronta. E principalmente, que roupa que você manda fazer nunca fica exatamente igual como você imaginou.


Mas agora eu desisti. Comprei um biquíni bonito, que eu me apaixonei na loja, e que só cobre o essencial, e quando uso [o que é muito raro] faço com uma regatinha branca por cima, pra disfarçar o monte de peito sobrando na lateral.


Roupa nem se fala. Há uns dois meses atrás aboli o tomara que caia do meu guarda roupa. Mentira. Aboli da minha vida. Eles continuam no guarda roupa, porque eu tenho esperança de poder voltar a usá-los.


Resumindo a ópera, amigas, eu estou pensando seriamente em fazer a famosa cirurgia de redução de mamas, mais conhecida como Mamoplastia Redutora. Já fui ao cirurgião plástico, já fiz inúmeras pesquisas na internet, já pedi o laudo ao ortopedista, já conversei com minha ginecologista, meus pais e meu namorado, enfim, dei os primeiros passos em direção aos seios dos meus sonhos. Agora vai começar a briga com o plano de saúde, porque eu não tenho como pagar a cirurgia e porque os danos à minha coluna são irreversíveis e tendem a piorar, logo, não é apenas uma cirurgia estética.


Procurei blogs falando sobre experiências pessoais desse tipo, mas só achei dois, e um não gostei muito. Pensei em fazer outro, mas como tenho esse, vou usá-lo para contar sobre a minha experiência, compartilhar dúvidas, ouvir [ler] conselhos, e ajudar a pessoas que tem o mesmo problema. Vocês se importam se eu fizer isso aqui ou preferem que eu faça num blog separado?


Agora comecei a pensar que um separado é melhor, fica mais organizado. É vou fazer isso. Mas não agora. Esse primeiro post sobre o assunto vai ficar aqui, depois eu vejo como faço.


Xêro em todas!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Diário de uma paixão - Again


Eu sei... Eu e Tânia já comentamos sobre esse filme, mas tenho culpa de ser um dos filmes mais perfeitos do mundo?

Então pronto. Vou escrever de novo e acabou!

Estava eu relendo um caderno-carta que o bofe me enviou há muito tempo atrás [sim, porque depois de tantos anos de namoro a gente não recebe mais nada significante] e achei esse trecho do filme escrito pra mim:

"Não sou nada de especial e disto estou certo. Sou um homem vulgar, com pensamentos vulgares e vivi uma vida vulgar.
Não há monumentos dedicados a mim e em breve meu nome será esquecido. Mas amei uma outra pessoa com toda a minha alma e coração, e pra mim, bastou-me sempre" Noah


Então me digam, Amar vale a pena ou não vale?
Eu ainda acho que vale, e muuuuito!
=]

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Videos casamento e divórcio - adorei!!!

Casamento:

Divórcio:

Esse casal é uma graça, super bem humorados. Desejo que dê tudo certo a eles.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Tenho que voltar a escrever!!!

Faz um mês que eu não escrevo e eu preciso voltar a escrever!!! E agora que eu li A Mediadora, e tô com fantasmas na cabeça, quem sabe eu não me empolgue e volte a escrever a minha história com fantasmas???

Vou colar o primeiro capítulo aqui:
Título: Dois Mundos
Capítulo 1 -

As luzes apagaram quando mais um relâmpago rompeu o céu. Deus! Faça isso parar! Eu me cobri até cabeça. Os pingos continuavam batendo com força na minha janela de vidro. Devia ter fechado as venezianas. Mas agora está escuro e eu não levanto nem a pau!

Ok, não sou medrosa, mas está escuro! E se eu esmagar o Onofre? E se eu pisar no rabo do pobre coitado do bicho? Desculpa furada, eu sei. Sou mesmo medrosa, eu admito. Mas eu não era, só que agora ando meio apavorada. E eu que nem gostava de gatos e agora tenho um e ainda o coloco para dormir no meu quarto!

Um raio iluminou o quarto e eu pude ver os olhos amarelos bem abertos. O gatinho devia estar repousando em sua poltrona e ao invés disso está de olhos abertos! Meu Deus, que diabos ele está vendo que eu não consigo ver? Achei que ele me salvaria, e ao invés disso ele também me assusta!
Alguém me disse – na verdade, acho que eu li isso em um e-mail – que os gatos absorvem as energias negativas do ambiente. E minha casa é carregada! Às vezes eu sinto que alguém morreu aqui. Mas devo estar louca. Quando eu faço perguntas no vilarejo sobre os moradores anteriores, sempre me olham como se eu fosse louca. Enfim, cansei de perguntar e de tentar entender e comprei um gato. Não, errado. Eu não comprei um gato. Eu o roubei, está bem!
Foi assim... Eu li que os gatos absorvem as energias negativas, que os gatos sentem diferente de nós e conseguem ver os espíritos. Então um dia estava passando numa rua de uma cidade vizinha e o vi, o filhote de gatinho preto e branco. Num rompante de insanidade, eu freei o carro – até cantar pneus eu cantei, como uma adolescente, e quase derrapei na estrada de chão batido, mas isso não vem ao caso – abri a porta e agarrei o gato e o joguei porta adentro. Depois saí correndo como se fosse uma louca assassina ou uma criminosa. O que não deixava de ser verdade: eu era uma louca. Era uma ladra de gatos!

Cheguei em casa e o coloquei no chão. E pensei: bom, cá estou eu com um gato, e justo eu que nunca gostei de gatos. Nunca gostei de bicho nenhum e, para falar a verdade, atualmente eu gosto mesmo é de viver sozinha. E por isso ando irritada: por que sinto que nessa casa eu não estou sozinha! Não, eu não ouço vozes. Não, eu estou tão louca. Eu só sinto, está bem? Ah, talvez eu ouça também, não sei.
Um dia eu perdi as chaves do carro e precisava ir até a cidade comprar folhas para a minha impressora. Minha editora estava me pressionando para que eu lhes mandasse algumas páginas do meu livro e eu precisava mesmo ir até a cidade. Por que, por mim, eu nunca saio de casa, fico quietinha no meu canto. Enfim... Andei por toda a casa, quase louca já, a procura da chave. Então uma voz me disse, talvez seja a minha voz, uma espécie de voz interior, sei lá, mas o certo é que eu não pensaria nisso sozinha. A voz disse: “procura no bolso do casaco bege”. Ai! Confesso que levei um susto e foi com receio que eu segui até o meu armário.
E se a chave estivesse mesmo lá? Isso quer dizer que eu enfim comprovaria que alguém mora comigo? Mas e se esse alguém me disse onde eu posso encontrar as chaves, isso quer dizer que essa pessoa é minha amiga e que eu não devo temer sua presença, não é? Não sei, não tive tempo de pensar. Alguém bateu na minha porta. Ah! Por que alguém se incomoda de me procurar nesse fim de mundo? Será que não percebem que se eu comprei uma casa no meio do nada é por que quero ficar sozinha?
- Sta. Marques?
- Sim... – eu tentei não revirar meus olhos, impaciente. Era o Jéferson novamente. E ele estava tentando ser simpático, como sempre.
- Vim trazer o leite que a senhorita encomendou.
- Ah, não precisava se incomodar, eu já estou indo à cidade. Eu mesmo pretendia buscá-lo.
- Que isso, não é incomodo – ele sorriu, e eu logo vi que apesar de aparentar pouca idade, faltava-lhe um dos pré-molares superiores. Ele seria até bonito, se não fosse por isso. Por que homem desdentado para mim não rola. Mas bem... Não vim aqui em busca de um romance. Vim em busca de um cantinho tranqüilo para escrever. Em busca da inspiração perdida. – Foi recém tirado – ele sorriu com orgulho – Fui eu mesmo que ordenhei a vaca.
- Ah... – eu forcei um sorriso. A imagem de um homem ordenhando uma vaca não fazia parte dos meus sonhos românticos. Tive vontade de rir do coitadinho.
- Você está bem instalada aqui?
- Sim.
- Bom, há anos ninguém mora aqui... O último morador foi o irmão do Max e...
- Ah! Você sabe então o nome o nome do último morador! – constatei empolgada. Era uma informação que ninguém queria me dar. Ninguém. Embora eu já tivesse percorrido toda a cidade – que era minúscula – para saber sobre isso. Embora eu já tivesse cansado os meus pés e gasto a minha saliva e as solas dos meus tênis velhos à toa.
- Ops... – ele colocou a mão na boca e arregalou os olhos, assustado – Não era para eu ter dito isso, ele vai me matar!
- Por quê? – eu estranhei.
- Não sei. Mas ele não quer que ninguém sabia.
Meu Deus! – eu concluí boquiaberta – Deve ter mesmo ocorrido uma tragédia aqui! Alguém deve ter morrido e ele pode ser o assassino já que não quer que ninguém saiba! Será que eu devo começar a cavar o chão a procura do corpo?
Meus pensamentos disparavam em alta velocidade quando a voz me interrompeu, dizendo: “acalme-se, Érica”.
“Está bem, está bem” – eu concordei. Pelo menos a voz era minha amiga. Ou deveria ser, por que me ajudava a encontrar as chaves e dizia para eu me acalmar. Mas como tinha o som da minha própria voz, eu não conseguia distinguir seu sexo. “Você é homem ou mulher?” Eu perguntei sem resposta.
Jéferson me olhava com curiosidade. Eu devia parecer uma louca tentando conversar comigo mesma. Mas enquanto eu não falasse em voz alta, ninguém perceberia. Pelo menos, eu acho.
- Muito obrigada, Jéferson... Er... Pelo leite... Hmmm.... Mas agora eu já estou de saída, e você tem que ir...
Ele sorriu, um pouco confuso, quando eu tentei lhe pagar pelo leite.
- Não, não. Esse é cortesia da casa. – alargou o sorriso, deixando evidente a ausência de outro dente. Do outro lado. Argh! Reprimi uma careta.
O Jéferson era simpático e tentava claramente me paquerar, embora eu me fizesse de desentendida. Mas mesmo que ele tivesse todos os dentes da boca, todos os dentes branquinhos e perfeitamente encaixadinhos naquela boca grande, mesmo assim, não rolaria. Estou fechada para balanço. Não quero mais saber de outro homem na minha vida. Pelo menos, não tão cedo. Macho, por enquanto, só o Onofre.
Bom, voltando ao Onofre... Eu me vi em casa, com um gato roubado e assustado parado no meio da sala, me olhando com uns olhos amarelos pequenos arregalados. Então ele levantou a cabeça e miou. Um miado fininho de gato bebê. E se enroscou nas minhas pernas. E então eu percebi a minha insanidade: o que estou fazendo quando tenho horror a gatos? Tenho pavor de gatos! Normalmente, um gato se roçando em mim é estimulo suficiente para me fazer correr em disparada. Mas eu lembrei daquele e-mail: “um gato quando se roça em suas pernas, está tirando suas energias negativas. E por isso ele dorme tanto, para repor as energias perdidas.” Fechei meus olhos e me concentrei para não sentir medo. Para não entrar em pânico. Pensando bem, até que ele é fofinho.
A voz, minha amiga, nunca mais se manifestou desde que o Onofre chegou. Não sei por que, mas eu a chamo de amiga. Deve ser por que nunca me dei muito bem com homens. Nunca tive um amigo homem, para falar a verdade, só namorados. Sempre gostei muito de homens, mas não acho que eles servem para serem amigos, pelo menos não meus. Por que depois de um vinho e de uma boa conversa eu fico tentada a beijá-los na boca. Isso é, se eles tiverem todos os dentes, é claro. Também não costumo beijar qualquer um. Mas os homens que eu conheço costumam ter todos os dentes, pelo menos eu acho, por que para falar a verdade, nunca fiz nenhum exame minucioso... Talvez eu devesse ter estudado odontologia, já que tenho uma leve obsessão – talvez não tão leve assim – por dentes. Enfim... Como no momento atual não quero mais saber de homens para nada, só para me trazerem leite em casa e olhe lá - e de repente para consertar a minha torneira que está pingando há mais de um mês e que eu não fui capaz de arrumar sozinha. – então digo para mim mesma que o espírito que vaga nessa casa é de uma mulher. Opa! Quem falou em espírito? Eu não disse nada... Foi só uma idéia... Que espírito o quê, deve ser apenas fruto da minha imaginação.
Bom, continuando... No dia da visita do Jéferson eu peguei mesmo meu carro – troquei meu carrão novo zero quilômetros por uma caminhonete velha para agüentar as buraqueiras desse fim de mundo – e fui até a cidade. Comprei papéis para a impressora, comida para o Onofre e para mim também. Agora estou mais acostumada com o gato, mas acho que a voz não gostou dele, por isso parou de se manifestar. Pelo menos eu ando menos assustada, fato que faz com que eu não me importe tanto quando vejo um pêlo negro no sofá da sala. Os pêlos brancos eu não enxergo, pois o sofá é claro.
E quando eu estava na cidade, tive a brilhante idéia de procurar o Max e perguntar pelo irmão que morou na minha atual casa. Quando eu enfim o encontrei, ele estava em sua oficina, embaixo de um carro, coberto de graxa. Eu, garota recém chegada da cidade grande, não me acostumo com essas coisas de fim de mundo, por que eu não consigo entender como alguém pode se encher de graxa por puro prazer! Por que ele é dono de meia cidade – talvez isso não queira dizer nada, por que a cidade é realmente minúscula – mas bem, o que eu fiquei sabendo é que o único supermercado é dele, a única farmácia também, assim como o único posto de gasolina e essa oficina mecânica. Ele deve ser o homem mais rico desse fim de mundo e mesmo assim parece que adora se enfiar embaixo de um carro e se cobrir de graxa! E bem... Devo admitir que ele fica muito sexy coberto de graxa!
Ai, meu Deus! Se eu estou achando essa imagem sexy, um cara enfiado embaixo de um carro de calças jeans negra de tanta sujeira, que eu só vejo a bunda – e que bunda! - eu devo estar com algum problema. Talvez sejam os quase 9 meses sem sexo! Nove meses? Tempo suficiente para nascer um bebê! E isso não devia ser tão difícil, já que pretendo nunca mais me relacionar com homem nenhum durante o resto da minha vida. Até pensei em comprar um cinto de castidade e jogar a chave fora para não cair em tentação, mas como tenho alergia a metal, não achei isso uma boa idéia... Bom... Talvez exista um cinto de castidade de acrílico... Hmmm... Posso me informar a respeito...
- Precisa de alguma coisa? – ele me viu e saiu de debaixo do carro e sorriu para mim. Eu engasguei. Meu Deus, ele tem todos os dentes! E que dentes mais lindooooos!
Havia uma mancha em sua bochecha, negra como seus cabelos. Oh! Que vontade de passar o dedo e limpar aquela sujeira! Ou de lambê-la! Eca! Passar a língua numa mancha de graxa não deve ser nada bom... Realmente, acho que eu preciso ser internada em um manicômio... Primeiro eu ouço vozes, depois quero lamber graxa... E se o Rui soubesse que eu tenho um gato, ele certamente me internaria... Isso me lembra de algo: nunca mais tocar no nome desse cretino!
O Max ficou parado esperando uma resposta, mas eu esqueci por que eu estava ali.
- Er... Bem... Ããa... Sim, estou bem instalada...
Esqueci de dizer que eu comprei a casa dele, apesar de ter sabido disso há pouco tempo, pois a venda ocorreu pelo intermédio de uma imobiliária. Mas eu preferia mil vezes ter negociado com ele! Não, não. Péssima idéia. Eu não ouviria nada do que ele falaria, pois só ficaria olhando para aquela boca linda dele sem prestar atenção em uma única palavra, e eu sou uma ótima negociante, consegui um bom desconto com aquele corredor gordo. Imagina negociar com o Max! Se ele dissesse algo como:
- Bom, estou querendo um milhão pela casa, sabe? Eu quero comprar uma Ferrari vermelha para andar com a capota arriada e com os meus cabelos esvoaçando ao vento, apesar de saber que a casa vale um décimo desse valor, você aceita?
E eu, com uma cara abobalhada, responderia:
- Sim! Sim! Sim! – eu aceitaria qualquer coisa!
Argh! Para que mesmo eu estou aqui se não quero saber de homens? Devo ficar o mais longe possível dele, para o meu próprio bem estar. Ah, lembrei! Vim perguntar sobre o irmão dele! O último morador... E é importante. Muito importante, senão não estaria aqui.
- Ah... Bom... – eu prossegui, pois ele me olhava como se esperasse por isso – Tem uma torneira pingando, mas tirando, isso está tudo bem.
- Torneira, é? – ele franziu o cenho, intrigado – A da pia da cozinha?
- Sim. – murmurei.
- Mas eu a consertei antes de vender. Continua pingando é?
- Hum rum.
- Se quiser, posso dar uma passadinha na tua casa amanhã.
- Não, não! – eu neguei com ênfase demais. Ele na minha casa, consertando a pia, de bunda para cima, não seria uma boa idéia – Não, precisa, obrigada. Olha – ele me olhava de maneira simpática quando eu iniciei a frase – fiquei sabendo que o último morador foi o teu irmão – automaticamente, ele fechou a cara. Seus músculos faciais endureceram. Ai, meu Deus! Pelo visto eu não devia ter tocado no assunto! Mas já estava feito, então eu, corajosa, prossegui – Bem... Er... Por acaso alguma mulher morava com ele?
- Por quê? – ele questionou seco.
- Ããã...
Como dizer: sabe, é que eu acho que tem um espírito vagando na minha casa, e acho que é de uma mulher, mas talvez seja apenas impressão minha, não sei.
- Acho que a decoração tem um toque feminino, e queria saber aonde mandaram fazer as cortinas da sala, por que eu gostaria de encomendar outra igual para o quarto de hóspedes. – não sei da onde eu tirei isso, mas saiu tão natural! Então eu fiquei esperando pela resposta. Qualquer informação ou dica.
- Ah... – ele aliviou seus traços e ficou pensando. – Posso perguntar sobre isso para você.
Ok, ok. As cortinas na verdade eram horrorosas, mas eu não me importaria nem um pouco em ter que colocar outra igual no quarto de hóspedes para continuar com a farsa. E afinal de contas, eu não receberia nenhuma visita. Não foi para ficar sozinha e para ninguém me achar que eu me escondi nesse fim de mundo?
- Então foi teu irmão que morou lá? – me encorajei para perguntar.
- Não. – ele fechou a cara de novo. Ai, que saco! E pelo visto não planejava falar mais nada. E agora sua expressão evidenciava que pretendia se ver livre de mim o mais breve possível. Não restava mais nada do olhar amigável com o qual ele me recebeu.
- Er... Então tá, né? Vou indo por que acho que vai chover, e meu carro pode atolar... E sabe como é, né? Achar um guincho por aqui deve ser difícil... – eu era mesmo boa em arranjar desculpas plausíveis! Uau! Deveria ter me separado antes do Rui para explorar esse meu lado, por que ele sempre falava com as pessoas por mim. Ou talvez fosse eu que me escondia nas costas dele. Bem, isso não vem ao caso... E eu prometi que não pensaria mais nele!
O Max andou pela oficina e revirou a mesa dele cheia de tralhas, enfim voltou e me entregou um cartão.
- Que isso? – indaguei curiosa.
- O número do meu serviço de guincho, para o caso de você precisar.
Quase ri, eu juro! Numa visita rápida de poucos minutos quase contratei um guincho – que eu não preciso, pelo menos eu acho, pois minha camionete apesar de velha tem tração nas quatro rodas – e quase encomendei cortinas cor de abacates horrorosas! Patético! Despedi-me apressada, antes de fazer mais alguma besteira.
E agora eu volto à cena inicial. Eu, no meu quarto, a falta de luz provocada pelo temporal, com o cobertor cobrindo até a cabeça. De repente, fosse bom ter um homem ao meu lado novamente. Ele me abraçaria e o medo passaria. Ou não. Mas como eu não tenho ninguém, apenas um gato que parece tão assustado quanto eu, começo a rezar sem parar, intercalando “Pais Nossos” e “Aves Marias” para tentar adormecer. Enquanto rezo, peço por proteção divina, imaginando uma espécie de mosquiteiro luminoso e celestial impedindo que qualquer ser do mal se aproxime de mim. E ainda sim, sinto que não estou sozinha...
Mais um relâmpago rompe a escuridão, e eu imagino ter visto um vulto em pé, na beira da cama. Então abro a gaveta do móvel do lado da cama e tiro dela uma lanterna – colocada ali devido ao meu recente pavor do escuro. Agora com a luz, consigo me acalmar. Vejo que não há ninguém no meu quarto, mas não a apago. Com a lanterna ligada, finalmente consigo dormir, ainda rezando “Pai Nosso” e “Ave Maria”, e sem coragem suficiente de colocar meus pés no chão ou minha mão para fora da cama.

Diário de Princesa - meg Cabot


Li ontem o primeiro da série, mas confesso que não me empolguei. Sei lá também... Talvez por que eu tenha gostavo muito de A Mediadora, eu esperasse mais. Talvez por que eu não tenha me empolgado com o Michael e muito menos com o Josh, como eu me empolguei com o Jesse. Eu já disse: fiquei louca pelo Jesse logo no primeiro livro. Louca mesmo.
Mas, voltando ao Diário de Princesa, foi uma surpresa saber que o pai dela está vivo, e não morto como no filme da Disney. E foi uma surpresa também saber que ela não se parece nada com a Ane Hathway. Definitivamente a Ane não tem 1,80 metros e nem calça sapatos 44.
Ah... A parte que eu tive vontade de rir: quando ela disse que queria muito vestir manequim 36 e usar sutians 46. Há há há. Que piada! Eu explico: isso faria dela desproporcional, exatamente igual a mim. Mas também, a Mia é complexada por que não tem nada de peito. Mas como dizem: cada um com os seus problemas. Se ela quiser, eu posso fazer uma doação para ela!
Ah... mas não vou desistir. Os livros são curtinhos e eu pretendo lê-los, mas provavelmente não hoje. O Engraçado é que eu fiz um teste nesse site: http://www.megcabot.com/quizzes/quiz-Nov07.php (realmente, é besteira, mas eu sempre gostei de testes) e na pergunta "Que personagem da Meg Cabot é você?" a resposta deu Mia. E na pergunta: "Qual o herói da Meg Cabot é certo para você?"a resposta deu Michael. Ok. Tenho que continuar lendo. Se eu sou a Mia e combino com o Michael, tenho que gostar do livro, não é? Mas... ai, o Jesse!!!
Ah... Tenho que dizer: estou sumida do orkut e MSN por que estou numa fase de compulsão por leitura... E estou lendo em todo o meu tempo livre. Quero dizer, em quase todo o meu tempo livre. Hoje a noite, por exemplo, tenho que fazer esteira. Aliás, qual a maneira mais fácil de se perder uns 5 quilos sem parar de comer???

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Wolverine - uma surpresa


Confesso que eu me surpreendi, por que fui ver o filme só por causa do gato do HUGH JACKMAN, e acabei adorando. Por que realmente não é o tipo de filme que eu costumo gostar e eu não sabia nada (e ainda não sei) sobre X-Men, mas além de ter um baita colírio para os olhos (por que o Hugh Jackman tá mesmo um espetáculo!), o filme é realmente bom.

E ele consegue o impossível: ser doce e meio monstro ao mesmo tempo. Ele não quer ser monstro e sofre, aquele velho conflito de sempre que acaba nos encantado.

Ah... Só para variar um pouco (risos!!!) eu me apaixonei pelo Wolverine!!!


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A Mediadora - Meg Cabot



Eu simplesmente adorei!!!
Gente, são seis livros, mas seis livrinhos pequenos e eu li todos no fim de semana. É tão bom que eu não consegui mais parar. Mas admito que não deve ser uma história do tipo unamine, do tipo que todo mundo gosta. Não, eu sei. Por que nem todo mundo gosta de história com fantasmas. Se bem que... Se Crepúsculo fez tanto sucesso, com aquela história de vampiro e lombisomen (que se a gente for para para pensar: vampiro e lobisomen? Não é meio imbecil?), como as pessoas podem não gostar de fantasmas?
Eu ainda tô em dúvidas, não sei se eu gostei mais de Crepúsculo ou de A Mediadora, mas sei que foi uma das melhores coisas que eu li ultimamente. Tem tudo nessa história: romance (É claro, por que eu adoro romace!) com beijo na boca (só beijo, por que a personagem só tem 16 anos), muita ação, com brigas e lutas. A Suzannah é corajosa e vive se metendo em confusão, mas o Jesse está sempre lá, lutando ao lado dela. Falando em Jesse...
Gente! Eu me apaixonei por ele logo no primeiro livro! Fala sério: ele é o máximo! Adoro! Ele é meio machão, é claro, por que morreu há 150 anos, quando tinha 20 anos, o que faz com que ele tenha 170 anos e algumas idéias bem antigas. Tá, ele é meio machão, ciumento e possessivo, mas ao mesmo tempo ele é um doce. Protetor, amigo, amavél, carinhoso e dedicado. Um sonho! O Jesse é perfeito, exceto pelo fato de estar morto. Amo quando ele usa as expressões hermosa e Nombre de Dios! Ai, o Jesse... Sabe quando o livro acaba mas a gente continua suspirando pelo personagem?
Ah, e eu realmente queria que tivesse um A Mediadora numero 7.
QUASE ESQUECI:
Onde li os primeiros três:
De onde baixei os últimos três:
Primeiro encontro com o Jesse: - Capítulo 3 - A Terra das Sombras - A Mediadora I

-OK - fui dizendo para aquela presença no assento da janela - Quem diabos é você?

Se eu dissesse que o cara ficou surpreso de ser interpelado daquela maneira, estaria muito longe de dar idéia da reação dele. Ele não ficou apenas surpreso. Chegou até a olhar ao redor para ver se era com ele mesmo que eu estava falando.Mas é claro que a única coisa que havia atrás dele era a janela e, além dela, aquela vista inacreditável da Baía de Carmel. De modo que acabou se voltando para mim e deve ter visto que meu olhar estava grudado no seu rosto, pois suspirou "Nombre de Dios" de um jeito que provavelmente faria desmaiar a Gina, que tem um fraco por latinos.

-Não adianta invocar seus espíritos superiores - comuniquei-lhe, arrastando a cadeira com bordados cor-de-rosa para minha nova penteadeira e sentando-me nela, de frente para o encosto. - Se ainda não notou, Ele não está prestando muita atenção em você. Caso contrário, não o teria deixado por aqui apodrecendo todos estes anos... - e então dei uma olhada mais firme nas suas roupas, que pareciam muito com algo saído do velho oeste. - Quantos anos mesmo?... Uns cento e cinqüenta anos? Já passou mesmo este tempo todo desde que você bateu as botas?

Ele me olhou fixamente com seus olhos negros e úmidos. E perguntou, com uma voz rouca por falta de uso:

-Que quer dizer... bateu as botas?

Eu não pude deixar de revirar os olhos de impaciência. E traduzi:
-Esticou as canelas. Dobrou o Cabo da Boa Esperança. Foi desta pra melhor.

Quando vi por sua expressão de perplexidade que ele continuava sem entender, finalmente eu disse, algo exasperada:
-Morreu.

-Ah - fez ele. - Morri.

Mas em vez de responder a minha pergunta, ele balançou a cabeça.
-Não estou entendendo - disse, com ar de espanto. - Não entendo como você consegue me ver. Durante todos esses anos, ninguém nunca...

-Claro - fui cortando, pois como você já deve estar sabendo estou cansada de ouvir este tipo de coisa. - Olha só, os tempos mudaram um bocado, sabia? Então, qual é a sua?

Ele piscou com aqueles enormes olhos negros. Suas pentanas eram mais longas que as minhas. Não é sempre que eu dou de cara com um fantasma que também é uma graça, mas aquele cara... caramba, ele devia ter sido alguma coisa quando vivo, pois ali estava ele morto e eu já estava querendo adivinhar como eram as coisas por baixo da camisa branca que usava, bem aberta, mostrando um bocado o peito, e até um pouco do abdômen. Será que fantasma também faz abdominal? Era o tipo da coisa que eu nunca tivera oportunidade - ou vontade - de explorar até então. Não que eu fosse me deixar perturbar por esse tipo de coisa àquela altura dos acontecimentos. Afinal de contas, sou uma profissional.

-A minha?- repetiu ele.
Até sua voz parecia liquefeita, com um inglês monótono e sem acentuação como eu achava que era o meu, com aquele jeito de amortecer os "t" que a gente tem no Brooklyn. Era evidente que ele tinha alguma coisa de hispânico, como deixavam claro aquele "Nombre de Dios" que havia soltado e a cor da sua pele, mas com certeza era tão americano quando podia ser alguém que tivesse nascido antes de a Califórnia tornar-se um estado.
-É- disse eu para limpar a garganta. Ele se voltara um pouco e apoiara uma botina na almofada azul claro do assento da janela, e então eu pude ter certeza de que os fantasmas realmente podem fazer abdominais. Seus músculos abdominais eram muito definidos, e cobertos com uma leve penugem de sedosos pêlos negros. Eu engoli em seco. Bota seco nisso.

-Sim, a sua - disse então. - Qual é o problema? Por que ainda está aqui? - Ele olhou para mim, sem expressão no olhar, mas interessado. Eu fui mais clara:-Por que você ainda não foi para o outro lado?

Ele balançou a cabeça. Não sei se já disse que seu cabelo era curto e escuro e parecia bem crespo, dando a impressão de que se você tocasse nele seria muito áspero mesmo.

-Não sei o que você está querendo dizer.

Eu estava ficando com calor, mas já tinha tirado a jaqueta de couro, de modo que não sabia o que fazer. Não podia tirar mais nada com ele ali me olhando. O fato de eu ter percebido isto é que deve ter contribuído para que de repente eu não me sentisse nada boazinha.

-Como assim não sabe o que eu estou querendo dizer? - rebati, afastando uma mecha de cabelos dos olhos. - Você está morto. Não tem mais que ficar aqui. Deveria estar em algum outro lugar fazendo alguma coisa que as pessoas devem fazer depois que morrem. Cantando entre os anjinhos, ardendo no inferno, reencarnando, subindo para algum outro plano da consciência, ou o que seja. Você não devia... estar simplesmente andando por aí.

Ele ficou olhando para mim pensativo, equilibrando o cotovelo no joelho levantado, com o braço meio vacilante.

-E se por acaso eu gostar exatamente de andar por aí? - quis saber.

Eu não tinha muita certeza, mas estava com a impressão de que ele estava zombando de mim. E eu não gosto nada que zombem de mim. Não gosto mesmo. No Brooklyn, o pessoal costumava fazer isso toda hora - pelo menos até eu descobrir que um punho bem fechado no nariz é capaz de calar uma boca.Eu ainda não estava em condições de dar um murro naquele cara - ainda não. Mas faltava pouco. Simplesmente, eu tinha viajado um quaquilhão de quilômetros, num percurso que parecia ter tomado dias e dias, para viver com um bando de garotos bobocas; ainda nem tinha desfeito as malas; praticamente já tinha feito a minha mãe chorar; e de repente dou com um fantasma no meu quarto... Alguém poderia me acusar de estar sendo... digamos, injusta com ele?

-Olhe aqui - fui dizendo, levantando de um salto e passando a perna por cima do encosto da cadeira. - Você pode ficar andando por aí o quanto quiser, amigo. Vai fundo. Não estou dando a mínima. Mas aqui, não.

-Jesse - disse ele, sem se mexer.

-O quê?

-Você me chamou de amigo. Achei que gostaria de ficar sabendo que eu tenho um nome. Eu me chamo Jesse.

Eu fiz que sim com a cabeça.

-Certo. Faz sentido. Muito bem então, Jesse. Você não pode ficar aqui, Jesse.

-E você?

Jesse estava sorrindo para mim. Ele tinha um belo rosto. Uma cara boa. O tipo de rosto que meu colégio antigo bastaria para ser eleito na hora o rei do baile. O tipo de rosto que Gina recortava das revistas para colar na parede do quarto.Não que ele fosse bonitinho. Não era mesmo. O que ele parecia mesmo era perigoso. E não era pouco, não.

-E eu o quê? - retruquei, sabendo que estava sendo rude, mas não dando a mínima.

-Como se chama?

Eu olhei bem fixo para ele.

-Olha aqui. Vai dizendo logo o que você quer e cai fora. Estou com calor e quero trocar de roupa. Não tenho tempo para...

Ele me interrompeu com perfeita amabilidade, como se não estivesse ouvindo:

-Aquela mulher, sua mãe, chamou-a de Suzinha - disse ele, com os olhos negros brilhando para mim. - É apelido de Susan?

-Suzannah - eu disse, corrigindo-o automaticamente. - Como naquela canção, "Não chore por mim".

Ele sorriu:
-Eu conheço.

-Isso aí. Provavelmente estava entre as 40 mais tocadas no ano em que você nasceu, certo?

Ele continuou sorrindo.

-Quer dizer então que este agora é seu quarto, Suzannah?

-Isso mesmo - respondi. - Isso aí, este agora é o meu quarto. De modo que você vai ter que se mandar.

-Eu vou ter que me mandar? - fez ele, levantando uma sobrancelha. - Esta aqui é minha casa há um século e meio. Por que eu teria de sair?

-Porque sim - e eu já estava ficando realmente muito danada, em grande parte porque estava com tanto calor, e queria abrir a janela, mas a janela estava atrás dele, e eu não queria me aproximar tanto assim. - Este quarto é meu. Não vou dividi-lo com um caubói morto.

Dessa vez ele entendeu direitinho. Levou o pé de volta ao piso, batendo com força, e se endireitou. Imediatamente eu lamentei ter dito o que disse. Ele era alto, bem mais alto que eu, e olhe que com minhas botas eu tenho um metro e setenta e cinco.

-Não sou nenhum caubói - informou ele, zangado. E acrescentou alguma coisa baixinho em espanhol, mas como eu sempre optara por Francês na escola, não tinha a menor idéia do que ele estava dizendo. Ao mesmo tempo, o espelho antigo pendurado sobre minha nova penteadeira começou a balançar perigosamente no gancho que o prendia à parede. E eu sabia que aquilo não se devia a nenhum terremoto californiano, mas à agitação do fantasma que estava na minha frente, cujos poderes, obviamente, eram tipo telecinético, aquele negócio de mover coisas com a mente.É este o problema com os fantasmas: eles são tão suscetíveis! Ficam alterados ao menor dos motivos.

-Uaaau! - fiz eu, esticando os braços para cima, com as palmas das mãos voltadas para fora. - Menos! Calma aí, rapaz!

-Todos na minha família - enfureceu-se Jesse, com o dedo em riste no meu rosto - trabalham feito escravos para conseguirem alguma coisa neste país, mas nunca, nunca houve nela nenhum vaqueiro...

-Ei! - interrompi, e foi aí que cometi o meu maior erro; muito irritada com aquele dedo na minha cara, eu o agarrei com toda força, torcendo sua mão e puxando-o para mim para ter certeza de que ele ia me ouvir dizer bem baixinho: - Pare com o espelho agorinha. E tira este dedo do meu nariz. Se fizer de novo, será um dedo quebrado.Empurrei sua mão para o lado e constatei com satisfação que o espelho parara de balançar. Mas foi então que olhei para o seu rosto.

Fantasmas não têm sangue. E como poderiam ter? Pois se não estão vivos... Mas posso jurar que naquele momento o rosto de Jesse ficou completamente sem cor, como se cada gota de sangue que por acaso lá estivesse tivesse se evaporado de uma hora para a outra.Como não estão vivos nem têm sangue correndo nas veias, é claro que os fantasmas também não são feitos de matéria. De modo que não fazia o menor sentido que eu tivesse conseguido agarrar o seu dedo. Minha mão devia ter atravessado ele, certo? Errado. É assim que acontece com a maioria das pessoas. Mas não com pessoas como eu. Com os mediadores não é assim. Nós vemos fantasmas, falamos com fantasmas e, se necessário, podemos perfeitamente dar um pontapé no traseiro de um fantasma.Mas eu não gosto de sair por aí dizendo isto para todo mundo. Sempre tento o máximo possível não tocar neles - e aliás, não tocar em ninguém. Quando falham todas as tentativas de mediação e eu preciso recorrer a uma certa dose de coerção física com um espírito recalcitrante, geralmente prefiro que ele ou ela não fique sabendo antes da hora que eu sou capaz disto. Os ataques inesperados são a melhor coisa quando estamos tratando com integrantes do outro mundo, que, como todo mundo sabe, sempre jogam sujo.

Olhando para o próprio dedo como se eu tivesse feito um buraco nele, Jesse parecia completamente incapaz de dizer o que quer que fosse. Provavelmente era a primeira vez em que ele era tocado por alguém em um século e meio. O tipo de coisa que pode deixar um sujeito de cabeça zonza. Sobretudo um sujeito morto.Aproveitando que ele estava muito atarantado, eu disse, com a voz mais firme e séria do mundo:

-Agora ouça bem, Jesse. Este quarto é meu, entendido? Você não pode ficar aqui. Ou você me deixa ajudá-lo a ir para onde deve estar ou vai ter de achar outra casa para assombrar. Sinto muito, mas é assim.

Jesse tirou os olhos do dedo, ainda com uma expressão de quem não está absolutamente acreditando.

-Mas quem é você? - perguntou, suavemente. - Que tipo de... garota é você?

Ele hesitou tanto tempo antes de conseguir dizer a palavra garota que pareceu claro que não estava certo de que fosse a palavra adequada no meu caso. Isto me deixou meio intrigada. Afinal, eu posso não ter sido a garota mais popular da escola, mas ninguém nunca negou que eu fosse mesmo uma garota. Caminhoneiros buzinam para mim vez ou outra e não é porque querem que eu saia da frente. Peões de obra às vezes dizem coisas bem pesadas quando eu passo, especialmente se estou usando minha minissaia de couro. Eu não sou feiosa, nem de jeito nenhum masculinizada. É claro que eu tinha acabado de ameaçar quebrar o dedo dele, mas vamos e venhamos, isto não queria dizer que eu não fosse uma garota!

-Pois vou dizer-lhe que tipo de garota eu não sou - fui dizendo, danada da vida. - O que eu não sou é o tipo de garota disposta a compartilhar o quarto com um membro do sexo oposto. Deu para entender? De modo que ou você se arranca ou eu vou botá-lo daqui para fora. Você decide. Vou lhe dar algum tempo para pensar. Mas quando voltar aqui, Jesse, não quero vê-lo mais.

Dei as costas e saí.Não tinha outra saída. Geralmente eu não perco discussão com fantasmas, mas tinha a impressão de que estava perdendo aquele, e feio. Eu não devia ter sido tão ríspida com ele, nem deveria ter sido rude. Não sei o que me deu, realmente não sei. É que...Acho que simplesmente eu não esperava encontrar o fantasma de um cara tão gracinha no meu quarto, só isso. Meu Deus do céu, pensei enquanto descia as escadas, que vou fazer se ele não for embora? Não vou poder nem trocar de roupa no meu próprio quarto!Dá um tempo pra ele, começou a dizer uma voz na minha cabeça. Uma voz sobre a qual eu tomaria o maior cuidado de não dizer nada à terapeuta da minha mãe.Dá um tempo pra ele. Ele vai entender. Eles sempre entendem.Bom, quase sempre.

Outra cena que eu adoro: Capítulo 9 - O Arcanjo Nove - A Mediadora II

Ele com ciúmes é tudo!!!

E então, quando eu estava tirando o cinto de segurança depois de nos despedirmos, de repente Tad se inclinou para frente, pegou meu queixo, virou meu rosto para ele e me beijou. Meu primeiro beijo. Primeiríssimo.

Sei que é difícil acreditar. Eu sou tão vibrante, expansiva e coisa e tal, que você pensaria que os garotos me cercam como abelhas em volta do mel durante toda a minha vida. Só digamos que não foi exatamente isso que aconteceu. Eu gosto de pôr a culpa no fato de que sou uma aberração biológica - capaz de me comunicar com os mortos e essas coisas - para nunca ter saído com um cara, mas sei que não é realmente isso. Só não sou o tipo de garota que os caras pensam em convidar para sair. Bem, talvez pensem, mas sempre parecem conseguir se convencer do contrário. Não sei se é porque acham que eu posso mandar o punho na garganta deles se tentarem alguma coisa, ou se só ficam intimidados por minha inteligência superior e minha aparência fantástica (ha ha). No fim das contas, eles simplesmente não se interessam.Isto é, até Tad. Tad ficou interessado. Tad ficou muito interessado.Tad estava exprimindo seu interesse aprofundando nosso beijo, saindo de um beijinho de despedida para um de língua em pique total - que eu estava curtindo imensamente, a propósito, apesar do cordão e da camisa de seda -, quando por acaso notei - é, tudo bem. Vou admitir. Meus olhos estavam abertos. Ei, era o meu primeiro beijo, eu não queria perder nada, certo? - que havia alguém sentado no minúsculo banco de trás do Porsche.

Virei a cabeça para trás e soltei um gritinho.Tad piscou para mim, confuso.

- O que há de errado? - perguntou ele.

- Ah, por favor - disse a pessoa no banco de trás, em tom agradável. - Não parem por minha causa.

Olhei para Tad.

- Eu tenho de ir - falei. - Desculpe.

E praticamente saí correndo do carro.Estava disparando pela entrada de casa, com as bochechas pegando fogo, de tanta vergonha, quando Jesse me alcançou. Ele nem estava andando depressa. Só caminhando.E ainda teve a cara de pau de me dizer:

- A culpa é sua.

- Como a culpa é minha? - perguntei irritada enquanto Tad, depois de hesitar um momento, começou a dar a marcha ré, saindo de nossa entrada de veículos.

- Você não deveria ter deixado ele avançar tanto - disse Jesse.

- Avançar? O que você está falando? Avançar? O que isso significa?

- Você nem o conhece direito. E estava deixando...

Girei para encará-lo. Felizmente, nessa hora, Tad tinha sumido. Caso contrário teria me visto, sob a luz dos faróis, girando e gritando para a lua que finalmente havia atravessado as nuvens.

- Ah, não - falei em voz alta. - Nem vem com isso, Jesse.

- Bem - ao luar dava para ver que a expressão de Jesse era de determinação teimosa. A teimosia não era mistério:Jesse talvez fosse a pessoa mais teimosa que eu já conheci. Mas eu não podia deduzir o que ele estava tão decidido a fazer, a não ser, talvez, arruinar minha vida. - Vocês estavam.

- A gente só estava se despedindo - sibilei para ele.

- Eu posso estar morto há cento e cinqüenta anos, Suzannah, mas isso não significa que não saiba como as pessoas se despedem. E em geral quando as pessoas se despedem cada um fica com a língua na própria boca.

- Ah, meu Deus. - Virei de costas para ele e comecei a voltar para a casa. - Ah, meu Deus. Ele não disse isso.

- É, eu disse isso. - Jesse foi atrás de mim. - Eu sei o que vi, Suzannah.

- Sabe o que você está parecendo? - perguntei virando-me embaixo da escada que dava na varanda, para encará-lo. - Parece um namorado com ciúme.

- Nombre de Dios. Não - disse Jesse com um riso. - Ciúme daquele...

- Ah, é? Então de onde vem toda essa hostilidade? Tad nunca fez nada contra você.

-Tad é um...E então ele disse uma palavra que eu não pude entender, porque era em espanhol. Encarei-o.

- Um o quê?

Ele repetiu a palavra.

- Olha - disse eu. - Fale em inglês.

- Não existe tradução em inglês para essa palavra.

- Bem, então não precisa falar.

- Ele não serve para você - disse Jesse, como se isso resolvesse o assunto.- Você nem o conhece.

- Conheço o bastante.

- Sei que você não me ouviu nem ouviu o seu pai quando saiu esta noite sozinha para a casa daquele homem.

- Certo. E vou admitir, a coisa foi muito, muito assustadora. Mas Tad me trouxe para casa. Tad não é o problema lá. O pai dele é que é maluco, e não o Tad.

- O problema aqui - disse Jesse, balançando a cabeça - é você, Suzannah. Você acha que não precisa de ninguém, que pode cuidar de tudo sozinha.

- Eu odeio lhe dar a notícia, Jesse, mas eu posso cuidar de tudo sozinha. - Depois me lembrei de Heather, o fantasma da garota que quase tinha me matado há duas semanas.- Bem, quase tudo - corrigi.

- Ah. Está vendo? Você admite. Suzannah, esse caso...você precisa pedir ajuda ao padre.

- Ótimo. Vou pedir.

- Ótimo. É melhor pedir mesmo.Estávamos tão furiosos um com o outro e tínhamos ficado ali gritando tanto que nossos rostos terminaram separados por centímetros. Por uma fração de segundo eu olhei para Jesse, e mesmo estando totalmente furiosa com ele, não estava pensando em como ele é um babaca metido a certinho.Em vez disso estava pensando num filme que vi uma vez, em que o herói pegava a heroína beijando outro homem, por isso agarrou-a, olhou-a de modo passional e disse: "Se eram beijos que você estava querendo, sua tolinha, por que não veio me procurar?"E então ele deu aquele riso maligno e começou a beijá-la.Eu não consegui deixar de pensar que talvez Jesse fosse fazer isso, só que iria me chamar de hermosa, em espanhol, como faz algumas vezes quando não está totalmente furioso comigo por ter dado beijos de línguas em outros caras num carro.Assim eu meio que fechei os olhos e deixei a boca ficar toda relaxada, você sabe, para o caso de ele decidir enfiar a língua ali.Mas tudo que aconteceu foi que a porta de tela bateu, e quando abri os olhos Jesse tinha sumido