segunda-feira, 13 de julho de 2009

Princesa Margarida




Minha avó, ao contrário de mim, detesta os livros e os papéis velhos do meu avô. Eu entendo que ela seja alérgica a poeira e que o vovô realmente ocupa quase todo o espaço disponível ou não, mas jogar fora algumas preciosidades contidas ali faz meu coração doer.

Quando chego à casa dos dois e ela começa a discursar má humorada sobre o excesso de livros e revistas apenas troco um olhar cúmplice com meu avô e a deixo falar sem realmente escutar, se ela espera que eu a apóie nessa idéia meio absurda pode esperar sentadinha!

Outro dia cheguei lá e vi uma lista de livros poeirentos empilhados. Passei os olhos rapidamente e achei um exemplar original de Freud - "Inibições, Sintomas e Angústia", encapado, relativamente novo e com as páginas branquinhas, no mesmo segundo me apossei.

Quando ia dar as costas aos livros alguma coisa me impediu e eu voltei os olhos novamente, foi aí que o percebi!

Lá estava o livro amarelo de tão velho, muito grosso com um nome não muito sugestivo: "Princesa Margarida" de Judith Krantz. Dei uma olhada na contracapa que diz:

"A história inesquecível de uma mulher de deslumbrante beleza, nascida em berço de ouro, mas obrigada a lutar arduamente pela vida. Um romance apaixonante, envolvente, erótico, sobre uma jovem criada em um mundo de conto de fadas que os imprevistos do destino obrigam a enfrentar o desafio de uma vida de trabalho - e que revela uma força extraordinária para criar, amar, sofrer e, principalmente, proteger a qualquer preço um segredo terrível
."

Prontamente passei a mão na obra e com a autorização do vovô trouxe os dois pra casa. Ontem, num momento de estresse entre os relatórios que tive de passar a semana aprontando peguei o livro pra descontrair e não consegui mais largá-lo! Utilizava meia hora pra dar continuidade ao meu trabalho e um hora e meia pra ler tal livro.

A autora fala muito mais do que da Princesa, ela nos joga numa teia intricada de relações da nobreza russa, dos costumes de uma época aristocrática riquíssima e ostentosa, do luxo dos jogos de pólo, dos playboys sedutores, dos encantos das musas hollywoodianas, de uma Europa cheia de contrastes sociais, que se dividiam entre os que mandavam e os que obedeciam.

Rússia, Suíça, Inglaterra, França, e finalmente Estados Unidos, lugares onde a princesa Margarida viveu, sofreu e finalmente foi feliz.
Apaixonamos-nos por essa princesa diferente à medida que a observamos crescer diante as adversidades. Apaixonamos-nos também por seus amores, e Pat, ah, Pat! [suspiros] Só lendo pra entender!
Pra quem gosta de homens decididos, mandões, poderosos e que não aceitam um não, Pat é o paraíso.


Enfim, apesar de um leve desconforto no nariz ao fim da leitura, valeu à pena ler cada uma das 512 páginas amareladas e poeirentas sobre a origem e a vida de Marguerite Alexandrovna Valensky, sua irmã gêmea Danielle, e seu meio-irmão mais velho e opressor, Príncipe George, e todas as conseqüências do nascimento dos três.
Nota: 10!

3 comentários:

  1. fiquei com vontade de ler! Caçarei nos sebos
    ;)

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  2. Estou com o livrinho em mãos!!! Achei em um sebo pelo google (Santo google!!!),encomendei e ele já chegou. Em breve, aguardem meus comentários!

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