domingo, 5 de julho de 2009

Amor X Pressa


Pegando uma carona na dica de filme da Tânia ("Ele não está tão a fim de você" - que eu ainda não vi, por sinal) lembrei de um texto que a minha amiga Marcella me enviou a uns meses, que fala dessa urgência que por vezes temos de estabelecer relacionamentos profundos em tempo mínimo, de investir nosso esforço em casos que estão fadados ao fracasso, pura e simplesmente por carência.


"Temos pressa pra ouvir "EU TE AMO". Não vemos à hora de que fiquem estabelecidas as regras de convívio: Somos namorados, ficantes, casados, amantes?
Urgência emocional. Uma cilada.
Associamos diversas palavras ao AMOR: paixão, romance, sexo, adrenalina, palpitação.
Esquecemos, no entanto, da palavra q viabiliza esse sentimento: PACIÊNCIA. Amor sem paciência não vinga. Amor não pode ser mastigado e engolido com emergência, com fome desesperada. É preciso degustar cada pedacinho do Amor.
Mas não!
Temos urgência.
Queremos a resposta do email ainda hoje, queremos que o telefone toque sem parar, queremos que ele(a) se apaixone assim que souber nosso nome, queremos que ele(a) se renda logo após o 1º beijo e não toleramos recusas, não respeitamos dúvidas, não abrimos espaço na agenda pra esperar.
Pobres de nós, que só queremos uma coisa nessa vida: sermos AMADAS.
Atiramos pra todos os lados e somos baleados por qualquer um. E o coração leva um monte de pontos por causa dessa tragédia chamada PRESSA."

Desconheço o autor

Não é óbvio o que o sábio autor (ou a sábia autora) quer dizer? Carência espanta as pessoas, não atrai. Necessidade de amor chuta o dito cujo pra longe. Pressa produz sofrimento.

Quantas vezes lemos frases aparentemente bobocas e não damos valor? Ou lemos, mas não apreendemos o sentido?

Aquela "batida" frase das borboletas de Mário Quintana diz tudo: "O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você."

Nada mais verdadeiro. Quem são os caras dos filmes (e mesmo da vida real) pelos quais a gente se apaixona? Os bem sucedidos, independentes, populares, que agregam pessoas em torno de si, não os carentes, dependentes, e chatos, que só afastam.

Apaixonamo-nos por pessoas que nos acrescentam, que nos enriquecem, que enxergam o nosso melhor. E é isso que eles também querem, mulheres que se amam em primeiro lugar, se valorizam, que são felizes com elas mesmas, que os enriqueçam (não no sentido monetário, lógico).

Aí vocês me dizem: Mas isso é tão difícil!, ou: É tão ruim ficar sozinha!
Por que será? Por que é tão complicado tirar o foco do outro e voltar para si? O que eu tenho de tão ruim que não suporto ficar comigo mesma? Por que eu preciso tanto de alguém do lado pra me sentir inteira? Pra ser feliz?

Essa resposta cabe a cada uma responder, individualmente. Depois de uma intensa e provavelmente longa reflexão.
Porque sim, é mesmo difícil ficar sozinha, dói. Mais dói principalmente porque acreditamos que somos uma panela em busca da tampa, meia laranja em busca da sua outra metade, e isso é a maior besteira que já nos ensinaram. Não existe alma gêmea. Não existe príncipe encantado. Não existem "Darcy's" por aí.

Existem sim, homens imperfeitos como nós, problemáticos como nós, de carne e osso, reais. Homens que também se sentem sozinhos, homens que também querem um cobertor de orelha, uma paixão, um amor, uma amante, um caso, uma esposa, uma mulher.

Mas os homens, com razão, fogem de mulheres-ciladas, mulheres que apostam todas as suas fichas neles e quando as coisas não dão certo ficam sem chão e sem saber como se reerguer.
Colocamos nossas culpas neles: na traição, na saída com os amigos, nas amigas deles, no futebol, na sogra, etc. e nos esquecemos da nossa culpa, da nossa doação incondicional, da nossa neurose, do nosso ciúme, do nosso grude, da nossa CARÊNCIA.

O amor chega quando menos esperamos, quando nem estamos pensando nele, muitas vezes quando nem estamos precisando dele. Não é nada mágico, nada sobrenatural, nada químico. O amor é atraído pelo amor, pela beleza de sentir-se feliz com o que se tem. Na felicidade das coisas simples da vida, não numa busca desenfreada pelas casas noturnas. Não nos carnavais dentro e fora da época onde se beija a tudo e todos.

A prova cabal disso reside no seguinte fato: Quem nunca estava namorando, feliz e saltitante quando de repente deu de cara com outro cara a fim de você? Ou outros caras? E aí quando o namoro acaba, por mais que você queira não aparece ninguém? Elementar minhas caras amigas, quando estamos bem isso fica escrito na nossa testa, no brilho dos nossos olhos, no nosso sorriso, no nosso humor, na alegria de viver. E como eu disse antes, isso atrai outras pessoas como abelhas em volta das flores.

O amor não se testa, não se procura, não se acha. O amor simplesmente chega de mansinho, às vezes nem se percebe que ele está ali, mas ele está, e se for regado com carinho, paciência e compreensão ele floresce e cria raízes fortes e seguras.

E pode ser também que um dia ele acabe, mas os frutos estarão sempre na nossa lembrança, tornando sempre vivos os bons momentos de outrora, e servirão de adubo natural para o surgimento de outro amor... =]

Então amigas, o segredo é: Respirar fundo, contemplar e investir na mulher que vocês são antes de tudo!

[Imagem de: http://iperosa.blogspot.com/]

2 comentários:

  1. Nossa, a Indira tava inspirada!
    Concordo plenamente que num relacionamente a gente tem que ter muita paciência. Aliás, haja paciência as vezes! E tb temos que que saber tolerar e aceitar os momentos em que nossos principes viram sapos. Acho que todo principe tem seus momentos de sapos (risos!).

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  2. Dira... eu nem sei o que comentar.. eu achei o post incrível e concordo totalmente. Acho muito complicado deixar a pressa de lado, acabamos criando a cultura de achar que a felicidade tá na pessoa que estiver do nosso lado (e a cobramos muito por isso), e esquecendo de ver o que a gente tem. A gente meio que tira o nosso corpo de fora. Tsc-tsc...
    AMEI!!

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