segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Mamoplastia Redutora 2


Segundo post sobre a cirurgia de redução de mamas. Pra facilitar vou contar um pouco da minha experiência, dando mais detalhes:

A primeira pessoa que conversei sobre a cirurgia foi a minha gineco, que me falou maravilhas. Disse que minha mama tinha glândulas demais, sem nenhum utilidade, me indicou o médico que fez o procedimento na filha dela, e além dos exames ginecológicos de praxe me mandou fazer uma ultra-sonografia das mamas e me deu um laudo afirmando que minha mama era disfuncional e solicitando avaliação do ortopedista e cirurgião plástico.

Além disso, ela, me fez pensar... Quando perguntei se minha capacidade de amamentação seria mantida após a cirurgia ela me disse algo que quase me fez desistir. Segundo a experiência clínica dela algumas mulheres jamais amamentariam. Fiquei indecisa, mas depois de quebrar a cabeça vi que talvez eu nunca viesse a ter filhos. Então por que esperar?
E outra coisa, é pra ocasiões como essa que existe leite em pó.

Não, sério. Eu acho amamentação super importante, como estudante de Psicologia e como mulher. Amamentar um filho é uma experiência linda de doação, de amor. Mas eu estava disposta a correr o risco de perder essa experiência, pra me sentir bem com o meu corpo e com a minha auto-estima. Até porque não amamentar era uma hipótese, um risco, que pode nem vir a acontecer.

De decisão tomada fui ao meu ortopedista, que também me deu o maior apoio, e um laudo, para que eu tentasse fazer pelo plano de saúde, já que minha coluna sofria horrores com o peso dos seios.

O terceiro passo foi a procura por cirurgiões plásticos. Queria muito ir ao Doc "D". [vou chamá-lo assim por questão de privacidade], mas só havia vaga para 11 de dezembro de 2009, quase quatro meses depois! [Eu estava no final de agosto] Marquei, mesmo sabendo que nessa data eu não poderia mais ser operada, uma vez que me formo no final de março, seria pouco tempo entre a recuperação e as comemorações. Sendo assim fui ao Doc "F"., que tinha vaga naquela semana.

A conversa foi ótima, e, além de gato e novo [Eu sei, nada a ver comentar isso, mas não deu pra fingir que ele era feio e velho!!] o médico me passou muita confiança. Só que eu não consegui obter muitas informações sobre ele, nem boas nem ruins, o que me deixou meio insegura. Pesquisei e vi que ele era membro da SBCP, e resolvi arriscar.

Passei aos exames. O susto começou na ultrassom, eu estava com dois nódulos, um em cada seio, e um cisto na mama direita. Não vou mentir, surtei!! Como assim, eu, com 23 anos, saudável, sem casos de câncer de mama na família, estava com nódulos nas mamas?? A gente começa logo a pensar merda e acreditar que está seriamente doente e que vai morrer.

Mas não, fui a um mastologista [que por sinal DETESTEI], no entanto, ele era competente, e me garantiu se tratar de fibroadenoma, algo normal nas mulheres. Menos mal.

Dei entrada no plano de saúde, pra retirar os nódulos e reduzir a mama. E, obviamente, eles não autorizaram. Fiquei péssima. Arrasada mesmo. Mas, sublimei e fui levando a vida normalmente, tendo em mente que ia me formar, começar a trabalhar, e um dia juntaria o dinheiro pra fazer a plástica, sem depender de porcaria de plano de saúde.

Mas, uma amiga querida [Enfermeira Érika] me deu uma super força! Ela conhecia o Doc D, e intercedeu por mim, o que fez ele me passar do dia 11.12.09 para 21.10.09.

Dia 21 eu perdi aula e fui, e gente, o Doc D era tudo que diziam e mais um pouco! Simplesmente MARAVILHOSO!! Atencioso, simpático, engajado e super profissional.
Tirou todas as minhas dúvidas e não preciso dizer que amei. E pra completar ele tinha apenas três vagas para realizar a cirurgia: 28.10, 04.10 e 11.11. Ou seja, para uma, duas ou três semana depois. Eu não sabia como eu ia pagar ou se eu poderia fazer a cirurgia, afinal eu ainda ia fazer o pré-operatório, que consistem em vários exames, mas mesmo assim, já deixei o dia 04 de novembro reservado, se tudo desse certo a cirurgia seria meu presente de aniversário! Perguntei pra ele o que poderia me impedir de fazer a cirurgia, como estar menstruada, por exemplo, e ele disse que menstruação não influenciava, mas viroses e infecções sim. Me cuidei em dobro pra não adoecer na véspera!

Saindo do consultório tive uma conversa com meus pais, um de cada vez, já que eles são divorciados. Minha mãe me deu todo apoio, mas não tinha como me ajudar a pagar a cirurgia, meu pai ficou com medo, bastante receoso com os riscos, mas me apoiou, e disse que ia analisar as finanças para saber o que poderia fazer.

Fui em outro médico, o Doc E, só pra desencargo de consciência mesmo. [Esse médico foi o que a minha gineco indicou] Também muito bom, mas eu já estava apaixonada [no bom sentido] pelo Doc D. [Não pensem bobagens, ele é casado com a minha dermato e eu adoooro os dois. Se fosse pra apaixonar so sentido estrito da palavra, seria pelo Doc F!! Lindoooooooooooo!!! Que o bofe não me escute!! Ops, leia! Kkkkkkkkkk!!!]

Enfim, há uma coisa sobre o Doc E que preciso dividir. Eu notei que ele foi o único que não aceitou me operar de cara. Percebi que ele meio que tentou adiar esse momento. Me disse que eu era muito nova, tudo muito sutilmente, é claro.
Minha resposta foi extremamente segura, o que surpreendeu até a mim, que estava prestes a chorar de nervosa. Eu disse:

"Tenho 23 anos, não sou mais adolescente, logo, acho que não tenho mais nada a "desenvolver". Além disso, meus seios não vão diminuir e levantar sozinhos. Pelo contrário, a situação só tende a piorar. Então, por que esperar??"

Ele concordou comigo, me examinou e requisitou os exames de praxe, mas eu saí de lá sabendo que não ia fazer a cirurgia com ele.

Passei pra parte dos exames solicitados pelo Doc D, que foram:

Hemograma;
Coagulograma;
Eletro (EGC);
Gravidez [obviamente não se faz esse procedimento em mulheres grávidas ou que estão amamentando]
E Raio-X de tórax

A Ultrassom das mamas ele não pediu porque eu já tinha. Acho que foi isso, pelo menos são os que eu lembro agora.

Fui em outro mastologista, no caso outra, a Doc M, um amor de pessoa. Ela topou aproveitar a cirurgia para retirar os nódulos e ligou para o Doc D, para acertarem os detalhes. Essa parte seria coberta pelo plano de saúde, menos mal.

Fiz os exames pedidos, mas só na semana da suposta cirurgia meu pai deu o aval. Meu avô tinha um dinheiro guardado e juntando com o nosso dava pra fazer, já que o médico parcelava em cinco vezes. Sintam o drama, eu só soube que realmente tudo daria certo praticamente na véspera!! Passei quase quinze dias com essa incerteza, e isso estava me matando!

Na terça feira (03.10) passei o dia me preparando. Fui ao salão fazer toda a depilação básica com cera, já que eu não ia poder me movimentar direito tão cedo; Comprei dois sutiãs cirúrgicos [que é colocado logo após a cirurgia, e que é preciso usar 24 horas por um looongo tempo] e pijamas confortáveis com botão na frente, ou que pudessem ser vestidos sem que eu precisasse movimentar muito os braços. Foi um dia extremamente corrido! Tive que resolver tudo de uma vez só, mas deu tudo certo!

De exames em mãos voltei ao consultório no dia 03 de outubro. O médico me deixou super tranquila, fez a marcação [traça várias linhas de pincel, marcando o tórax e as mamas], me disse como proceder no dia seguinte, e me mandou pra casa. Antes eu perguntei se podia tomar remédio pra dormir, já que eu estava tão eufórica que achei que fosse permanecer "ligada" a noite toda, e ele me deu um comprimido, que acabei nem precisando.

Relembrando tudo isso, que aconteceu há menos de quinze dias atrás, só uma coisa me vem à cabeça: Medo. Não tive medo de morrer, de acontecer alguma coisa de errado durante a cirurgia, de ficar com peito de mais ou de menos, enfim, o que seria mais “comum”. Meu maior medo era que desse alguma coisa de errado que me impedisse de ser operada, como ficar doente, sofrer um acidente, alguém da minha família se machucar, o médico faltar, acabar a luz do hospital, ou não ter dinheiro pra pagar os custos.

Mas deu tudo certo. Na manhã do dia 04 de novembro de 2009, às 8:30 da manhã eu apaguei no centro cirúrgico, e acordei perto de 13 horas, “despeitada”, tremendo de frio, mas muito, muuuuuuuuuuuito feliz!

Próximo post: Principais dúvidas

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